quarta-feira, 22 de abril de 2009

Viva a desordem

Descansa os teus olhos, que vogam, magoados,
Sobre inquietas águas e enganos.
E, se a agonia, que ora reina,
Te der margem a palavra, desabafa.
Eu oiço.
Saber-se ouvido, quando não resolve, consola
E eu não tenho compromisso ou pressa.
Deixa aqui a tua cabeca,
Onde o silêncio tem voz de companhia,
Onde chorar não é vergonha nem fraqueza.
Traz, se puderes, a luz do dia,
Esse rio de calado sofrimento.
Eu ajudo.
(Se preferires, depois, no fim, eu esqueço tudo.)
Se não, para que teria Deus desenhado,
Perfeito, ondulado e quente, o ombro humano?

2 comentários:

Joana disse...

Achas que a desordem é sentir vontade de nada, ficar à espera de algo que não vai acontecer (porque só eu sei o que quero, e se não digo é normal que não o façam para mim!), apetecer gritar não sei o quê, deixar cair lágrimas sem razão "de grande aparência", cair num soberbo Mundo em que não há ninguém para chatear!
A desordem pode ser mais que simples desarrumação, não pode?
Pode ser uma coisa de mínima sensibilidade, não pode? Que outros diriam que é disparate, mas que para ti faz toda a "puta desordem"?!

Enfim, se calhar é mesmo preciso fazer um "Viva a desordem" para sabermos o que é viver em completa harmonia!

Obrigado!
=)

Pedro Raimundo disse...

Gostei bastante isso é teu? Beijoka